FGV
aponta que o aumento do preço começa a desacelerar. Em Jaboatão, é possível
encontrar o produto por R$ 10
Expectativa é de que o preço melhore em agosto deste ano.
Foto: Pedro Reveillon/Palácio Piratini
Da Editoria de Economia
Depois
de atingir picos de R$ 16, o preço do feijão carioca está caindo a passos
lentos. O consumidor ainda não sentiu o alívio na cesta básica, mas, segundo a
Fundação Getúlio Vargas, está ocorrendo um processo de desaceleração no preço
do produto. A pesquisa Índice de Preços ao Consumidor (IPC) aponta que o
aumento passou de 47,37%, na primeira semana deste mês, para 42,12%, na segunda
semana. A expectativa é de que a situação melhore em agosto deste ano, quando a
Bahia inicia a colheita. Porém, a regularização dos preços só deve ocorrer ano
que vem, afirmam produtores.
Em
alguns supermercados do Recife, os preços variam entre R$ 10,38 e R$ 16. No
bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, é possível
encontrar o produto por R$ 9,98. Para o consumidor, ainda está caro. “Percebi
que está baixando lentamente. Antes, todas as marcas estavam com o preço igual,
na faixa dos R$ 13 a R$ 16. Tenho pesquisado nos supermercados, mas ainda não
vale a pena comprar o carioca”, diz o cozinheiro Jeferson Paixão, 33
anos.
Uma das
explicações para a leve melhora nos preços é o clima. No primeiro semestre, a
seca nos principais Estados produtores – Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais –
causou a queda da oferta. No início deste mês, novas safras entraram no mercado.
Um reflexo disso é que o preço ao produtor caiu 30% nas últimas duas semanas.
“O clima melhorou um pouco. A nossa grande expectativa é em relação a agosto.
Se nenhum imprevisto acontecer, a safra da Bahia vai abastecer o Nordeste. O
consumidor pode voltar a pagar entre R$ 8 e R$ 10”, explica o empresário
Railson Benjamim, da Oasis Alimentos, grupo responsável pela marca Feijão
Turquesa.
Outro
fator que pesa sobre o valor é a suspensão da alíquota de importação, que
permite ao Brasil importar mais vezes feijão preto dos Estados Unidos e China.
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (Ibrafe),
Marcelo Lüders, a ampla oferta do feijão preto diminui a demanda pelo carioca,
o que reflete no preço final ao consumidor. Porém, a situação só será
regularizada em 2017. “Ainda não podemos mensurar o efeito da suspensão da
alíquota, mas é positivo. Em agosto, o valor final deve cair mais. Porém,
corremos risco de sofrer aumento no segundo semestre, porque plantamos menos em
relação aos outros anos. Com a produção de janeiro a fevereiro, a oferta deve
aumentar”, comenta.
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